segunda-feira, 13 de maio de 2013

SCRUM - Implantação IV


Sabemos que o framework Scrum não é a bala de prata que solucionará todos os problemas de gestão de projeto nem tão pouco os problemas identificados nos processos de Engenharia de Software e que nenhum dos processos ágeis descritos por seus criadores é perfeito para as empresas. Diversos fatores, inclusive os culturais e principalmente o nível de maturidade, deverão ser levados em consideração, como levantado no post anterior.

Taiichi Ohno, criador do Sistema Toyota de Produção, escreveu que “há algo chamado trabalho padrão, mas padrões devem ser alterados constantemente. Se você considera o padrão como melhor que pode fazer, não há avanço”. E ainda afirma que se estabelecemos algo como “melhor maneira possível, a motivação do Kaizen [melhoria contínua incremental] deixará de existir” (1982).

Antes da implantação do framework Scrum, realizei a analise das instalações da fábrica, a infraestrutura tecnológica, os processos praticados na empresa, a estrutura organizacional, o modelo organizacional, o sistema de gestão, a existência de planos de capacitação, a garantia da qualidade dos produtos e o nível de maturidade com base nas certificações existentes.

A revisão das áreas que compõem a Fábrica de Software teve como objetivo a identificação do nível de maturidade, fornecendo subsidio para avaliação da possibilidade da institucionalização e prática do framework Scrum, como metodologia padrão de gestão, para projetos de pequeno, médio e grande porte. 
Segundo Mike Cohn, "qualquer um deles (processo ágil) pode ser um bom ponto de partida, mas você terá que adaptar o processo para que ele se ajuste mais precisamente as circunstâncias exclusivas de sua empresa, as pessoas e o segmento da indústria. (2011, 28)

A implantação do novo modelo reduziria o risco no projeto, aumentaria o controle de versionamento, o controle de mudanças, aliás, bem-vindo à metodologia, viabilizaria as entregas de releases funcionais em curto espaço de tempo, e estes benefícios seriam garantidos pelos três valores praticados no framework Scrum:
  •       Transparência
  •       Inspeção
  •       Adaptação
Alistair Cockburn concorda com a afirmação acima: "Ter a chance de mudar ou adaptar um processo para aumentar sua conformidade parece ser um fator crucial de sucesso para a equipe que está adotando. É o ato de criação que parece aderir às equipes ao seu próprio processo".

Durante o trabalho de análise, pude identificar que ao longo dos anos em que a empresa atua no mercado, sempre sofreu com as constantes reclamações dos clientes, relacionada aos atrasos nas entregas dos sistemas, por falhas no entendimento do domínio do negócio, participação incipiente dos gestores do projeto e baixa qualidade tanto no produto quanto na documentação gerada para o usuário final.

Após identificar essas pequenas fraquezas, no entanto, ainda ficamos com o problema de como eliminá-las. É difícil (e com frequência impossível) prever exatamente como as pessoas responderão às várias pequenas mudanças que serão necessárias no percurso de se tornar ágil.

Não é possível direcionar um sistema vivo, só perturbá-lo e esperar para ver a resposta... Não temos como conhecer todas as forças que moldam a empresa que queremos mudar, portanto, só podemos provocar o sistema de alguma forma fazendo testes com uma força a qual achemos que possa ter algum impacto e, em seguida, observar para ver o que acontece.

O processo de implantação do framework Scrum passou por várias fases, gerando uma dinâmica diferente na empresa. Dentre elas podemos destacar a fase de seleção dos recursos que mais se identificavam com a metodologia e que após a implantação do framework participaram dos primeiros projetos fazendo uso do Scrum, o que culminou na implantação do novo modelo de gestão em todos os projetos.

Grande Abraço,
Gilberto Ribeiro.

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